29th of September
15h00 - Some unexpected interactions between Mathematics and Literature,
António Machiavelo (Universidade do Porto) and José Francisco Rodrigues (Universidade de Lisboa)
15h45 - Lewis Carrol in Numberland,
Robin Wilson (Open University, UK)
16h30 - Coffee break
17h00 - The Sinisgalli crossroads
Angelo Guerraggio (Universita Bocconi, Milano)
17h45 - Elements of mathematics in some science-fiction novels and stories,
Krzystof Ciesielski (Jagiellonian University, Krakow)
30th of September
10h00 - A ficção do tempo,
Nuno Camarneiro - Prémio Leya 2012 (Universidade Católica do Porto)
10h40 - A valsa da exactidão: o Círculo de Viena e o concerto da matemática, filosofia e literatura no periodo entre guerras,
Joana Gomes (Universidade do Porto)
11h20 - Duas faces de uma mesma moeda: Literatura e Matemática,
Flávio Ulhoa Coelho (Universidade de São Paulo, Brasil)
12h00 - "Mémoire concernant le calcul numérique de Dieu par des méthodes simples & fausses" de Boris Vian,
Cristina Robalo Cordeiro (Universidade de Coimbra) e Carlota Simões (Universidade de Coimbra)
12h40 - Literatura e cibernética - performance
Ana Marques da Silva e Manuel Portela (Programa de Materialidades da Literatura, Universidade de Coimbra)
Organising committeee:
António Machiavelo (Universidade do Porto)
Carlota Simões (Universidade de Coimbra)
José Francisco Rodrigues (Universidade de Lisboa)
Sponsors:
Centro Internacional de Matemática
Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional da Universidade de Lisboa.
Supported by:
Programa de Doutoramento FCT em Materialidades da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Venue: Museu Municipal, Óbidos
ABSTRACTS:
‘Lewis Carroll in Numberland’.
Robin Wilson (Open University, Grã-Bretanha)
If Charles Dodgson (Lewis Carroll) hadn’t written Alice’s Adventures in Wonderland and Through the Looking-Glass, he’d probably be remembered as a pioneer photographer – and also as a mathematician? But what mathematics was he interested in? how good was he? and how does his mathematics fit in with his literary writing? In this illustrated talk I summarise his mathematical life and works in the context of Victorian Oxford and his writing for children and adults. No technical mathematical knowledge is required.
Elements of mathematics in some science-fiction novels and stories
Krzysztof Ciesielski (Jagiellonian University, Krakow, Poland)
It happens that in science fiction stories and novels mathematicians and mathematics are mentioned. The appearance of mathematics, although rather occasional, is sometimes quite surprising. In the talk, several of those
"mathematical glimpses" in science-fiction by the authors of different countries will be presented. One of the writers whose work will be considered is Stanislaw Lem (1921-2006). His book were translated into 41 languages and sold in more than 45 million copies. It is said that the he is the most widely read science fiction writer in the world. It turns out that mathematics and mathematical terms appear in his books. Another Polish writer mentioned in the talk will be Janusz A.Zajdel (1938-1985), who is regarded second in popularity in Poland to Lem. His so-called social science-fiction included mathematics and physics. Anyway, some pieces of work of non-Polish authors will be also presented. Among them are John Boyd, Rudy Rucker from the USA, Russian writer Alexander Zytinski. In the novels mentioned in the talk, we can find such phrases as "my real home is Hilbert space", "In this girl, he had found the square root of minus one" and "In Riemann, Hilbert or in Banach space, let superscripts and subscripts go their ways”.
The Sinisgalli crossroads
Angelo Guerraggio (Università Bocconi, Milano)
Leonardo Sinisgalli (1908-1981) has not been included among the most important writers in the history of Italian literature. Yet, for some decades, Sinisgalli was a key figure at the crossroads of literature, mathematics and industrial culture. After two years as a Math student (under Castelnuovo, Levi Civita, Severi, Fantappié), Sinisgalli obtained a degree in Engineering in 1931 at the University of Rome. Soon his interest for literature and poetry became predominant, and he published his first collection of poems in 1927. The style of his poetry and his relationships with poets such as Ungaretti, Quasimodo, Gatto, Montale framed him under the school of the Hermetics. SInisgalli ended up never exercising as Engineer. He found a job at Olivetti and, later, in some of the then most important Italian industries . He worked as Director of the corporate publications, using those magazines not for advertisement but rather as training grounds for some of the most significant intellectual figures of that time and to discuss with an unusual frequency (give the then cultural background of Italy) of Mathematics and Science as essential drivers for the modernisation of the country.
Some unexpected interactions between Mathematics and Literature
António Machiavelo (Universidade do Porto) and José Francisco Rodrigues (Universidade de Lisboa)
The interactions between Mathematics and Literature may be not very common, but have deep and very often unexpected links among great poets, writers and mathematicians. Luis de Camões (1524-1580), the great Portuguese poet of the epic and universal masterpiece Os Lusíadas had a strong humanistic culture, that is reflected in its poetry not only with respect with Astronomy, but also with the two classical definitions of the sphere. Some mathematicians, as the Englishman James Joseph Sylvester (1814-1897), who had a long life passion for poetry and attempted to codify it in his book The Laws of Verse, or the Portuguese António Monteiro (1907-1980), who wrote a few poems in its long exile in South America, did relevant literary incursions, deserving to be better known. Or, as in the case of the influent collective mathematician Nicolas Bourbaki that provoked cultural and paradoxical connections with the structuralism and the potential literature of Oulipo in the post-war France of the second half of the 20th century.
A Ficção do Tempo
Nuno Camarneiro — Prémio Leya 2012 (Universidade Católica do Porto)
O conceito de tempo é uma linha de fronteira entre a ficção e a ciência. Ambos o usam mas nenhum o consegue definir de forma satisfatória. O tempo é uma soma de instantes e um instante é uma pequena porção de tempo. A ciência usa-o e reconhece a sua utilidade, a ficção vive dele e alimenta-o. O tempo de cada um de nós é feito de memórias e de histórias, o tempo universal é um grande romance colectivo que vamos escrevendo e emendando. Será que o tempo existe? Será que passa por nós ou somos nós que passamos por ele?
literatura e cibernética – performance
Ana Marques e Manuel Portela — Programa de Materialidades da Literatura (Universidade de Coimbra)
As relações entre cibernética e literatura permitem-nos explorar as fronteiras entre dois regimes antagónicos: de um lado o regime imperativo e binário das linguagens computacionais e dos protocolos de comunicação em sistemas de informação digitais. Do outro, o regime expressivo e de liberdade sem condição que caracteriza a enunciação poética. As experiências criativas que cruzam as fronteiras entre estas duas dimensões da cultura resultam frequentemente em objectos híbridos que nos permitem observar esses dois campos a partir de perspectivas deslocadas. Dessa deslocação, surgem frequentemente perguntas sobre a literariedade, por um lado, e sobre a natureza da computação, por outro. No actual contexto de digitalização da produção cultural e simbólica, as perguntas que resultam destes movimentos exploratórios tornam-se pertinentes na medida em que nos permitem interrogar os processos de mediação digital a partir de uma perspectiva humanista: o que acontece à linguagem, enquanto sistema formal, comunicativo e criativo, quando é processada por agentes algorítmicos? Quais os efeitos da informatização sobre a comunicação e a expressão humana? Que atritos podemos encontrar entre a automação e a representação da subjectividade? Esta apresentação pretende refletir sobre estas questões de um ponto de vista criativo, performatizando-as numa experiência que inclui intermediações entre geradores de linguagem humanos e automáticos.
Duas faces de uma mesma moeda: Literatura e Matemática
Flávio Ulhoa Coelho (Universidade de São Paulo, Brasil)
Há muitas maneiras de se encarar a conexão entre literatura e matemática. Gostaria de explorar um pouco mais duas delas: uma em que a temática é explicitamente matemática e a outra em que a matemática, ou a sua percepção, está presente na forma da escrita. Como todo matemático que se aventura na escrita literária também eu já transitei, pouco que fosse, nessas duas direções e, por isso, esse palestrante será interrompido, por vezes, pelo escritor e também pelo matemático.
"Mémoire concernant le calcul numérique de Dieu par des méthodes simples & fausses" de Boris Vian
Cristina Robalo Cordeiro e Carlota Simões (Universidade de Coimbra)
Neste pequeno texto, Boris Vian (1920-1959) reúne matemática, literatura, religião, sátira e humor. Vian parte da palavra Dieu e da semelhança desta com as palavras Deux e Dieux. Através de cálculos numéricos - por vezes corretos, por vezes errados, outras vezes absurdos, mas sempre criativos - e de uma numerologia muito própria que não permite tradução, o autor chega numericamente à Santíssima Trindade, levanta questões morais acerca do zero e termina propondo uma nacionalidade para Deus.
A valsa da exactidão: o Círculo de Viena e o concerto da matemática, filosofia e literatura no periodo entre guerras
Joana Gomes (Universidade do Porto)
Fundado por um matemático, um filósofo e um economista em 1924, o Círculo de Viena foi um dos mais importantes grupos de intelectuais da Europa durante o período interguerras e um dos que mais impacto teve no pensamento contemporâneo. Esta apresentação pretende dar a conhecer os princípios defendidos pelo Círculo de Viena, os seus membros, as relações destes com a situação política e social desse período e o seu impacto nas artes e literatura.